Ao regressar a paz, voltam ambos ao condado portucalense. Pouco depois disso, Afonso VII de Leão e Castela, cerca Guimarães onde se encontrava na altura Afonso Henriques. Este promete lealdade pelo seu aio Egas Moniz (quem criou Afonso Henriques) e D. Afonso VII desiste da conquista.
Em 1128, as tropas de D. Teresa (sua mãe) e Fernão Peres de Trava (seu suposto amante) defrontam as de D. Afonso Henriques na batalha de São Mamede em 24 de Junho, saindo vitorioso o infante, consagrado a sua autoridade sobre o condado.
Uma nota à parte e de opinião pessoal, é que D. Henrique, o pai do D. Afonso Henriques, deveria ser um homem que pouco fazia, tanto que sabe-se pouco sobre ele. A mulher é que devia fazia tudo, além de que era traído a torto e a direito, ou era o Egas Moniz, se quem se pensa ser o verdadeiro pai de D. Afonso ou o Fernão Peres. Mas bom, continuando...
D. Afonso, consciente das ameaças ao seu poder, iniciou negociações junta da Santa Sé de forma a alcançar a autonomia da igreja portuguesa e o reconhecimento do reino.
Em 1139 após a vitória estrondosa de D. Afonso Henriques contra os mouros (sendo estes em maior número) na batalha de Ourique, autoproclama-se Rei com o apoio das suas tropas.
D. Afonso I procura conquistar terreno a sul, povoado pelos mouros:
Leiria - 1135 (conquista final 1145) - técnica de assalto
Santarém - 1146 (conquista final 1147) - técnica de assalto
Lisboa - 1147 - usando o cerco como táctica de conquista, graças à ajuda dos cruzados
Almada - 1147 - usando o cerco como táctica de conquista, graças à ajuda dos cruzados
Palmela - 1147 - usando o cerco como táctica de conquista, graças à ajuda dos cruzados
Alcácer - 1160
Em 1179, Portugal foi finalmente reconhecido como um país independente e vassalo da Igreja, pelo Papa Alexandre III.
De 1166 a 1168, D. Afonso Henriques apoderara-se de várias praças pertencentes à coroa leonesa. Fernando II de Leão estava a repovoar Ciudad Rodrigo e o português, suspeitando que o seu genro estava a fortificar a cidade para o atacar, enviou um exército comandado pelo seu filho, o infante D. Sancho, contra aquela praça. O rei leonês foi em auxílio da cidade ameaçada e derrotou as tropas portuguesas, fazendo um grande número de prisioneiros.
D. Afonso Henriques responde entrando pela Galiza, tomou Tui e vários outros castelos, e em 1169 atacou primeiro Cáceres. Depois voltou-se contra Badajoz que pertencia a Leão, mas sem respeitar convenções ou o parentesco que o unia a Fernando de Leão, cercou Badajoz querendo conquistá-lo para Portugal. Desta investida D. Afonso foge de cavalo (incidente de Badajoz) ficando ferido numa coxa e com uma perna partida. Fernando de Leão, seu genro, chama os melhores médicos para o tratar.
Desta feita surge um tratado de paz entre ambos os reinos, assinado em Pontevedra, resultando daí a libertação de Afonso, com a única condição de devolver a Fernando cidades extremenhas (da Extremadura espanhola) tais como Cáceres, Badajoz, Trujillo, Santa Cruz , Monfragüe e Montánchez, que havia conquistado a Leão. Estabeleciam-se assim as fronteiras de Portugal com Leão e a Galiza. E mais tarde, quando os muçulmanos sitiaram Santarém, o leonês auxiliou imediatamente o rei português.
Com esta situação e visto que nessa época não era tão fácil recuperar de uma fractura profunda, a carreira militar de D. Afonso Henriques terminou. Dedicou-se então à administração dos territórios com a co-regência do seu filho D. Sancho e procurou fixar a população, promovendo o municipalismo e concedendo forais. Contou com a ajuda da ordem religiosa dos cistercienses para o desenvolvimento da economia, predominantemente agrária.
D. Afonso Henriques também ficou marcado por ter uma boa relação com os judeus que estavam organizados num sistema próprio, representados politicamente pelo grão-rabino nomeado pelo rei. Tanto que escolheu o grão-rabino Yahia Ben Yahia para ministro das Finanças, que ficou responsável pela coleta de impostos no reino. Com esta escolha teve início uma tradição de escolher judeus para a área financeira e de manter um bom entendimento com as comunidades judaicas, que foi seguida por seus sucessores.
Pequeno resumo e informações importantes a reter:
. Alargou o território através de conquistas aos mouros empurrando as fronteiras do Condado Portucalense para sul.
Espero que tenham ficado com uma ideia de quem foi o primeiro Rei de Portugal e como o nosso país surgiu. Mas como devem imaginar, não ficou por aqui. D. Sancho I, filho de D. Afonso I, com a morte de seu pai, torna-se em 1185 o segundo Rei de Portugal. É dele que falarei no próximo post. Até lá!
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